A dinâmica de custos na construção civil

Em todo tipo de negócio, da economia tradicional, busca-se obter lucro, e a única receita para isso, é reduzir custos e maximizar as receitas, isto é, gastar menos, e vender mais e por mais, e na construção civil não é diferente, na verdade isso é ainda mais pujante, pois lidamos com grandes cifras, e menor quantidade de produtos.

Contudo, a redução de custos só pode ser atingida de forma efetiva, quando norteada pelo conhecimento técnico, quando se investe em planejamento, aqui gambiarra não tem vez, eu te garanto isso.

A construção civil em qualquer nicho a que se refira, tem uma hierarquia de processos bem definida, pois ela começa realmente antes mesmo de se ir para um canteiro de obra, na etapa de projeto, onde se é concebido o que será construído, os materiais que serão utilizados e o lugar que será construído, e todas essas informações são extremamente relevantes na hora de se definir o custo de uma obra, independente do seu porte.

Por exemplo, um prédio de 16 pavimentos que seja construído em Rio Verde – GO não terão os mesmos custos que o mesmo prédio construído em Porto Alegre – RS, e não se trata apenas pelo fator de impostos, valor de mão de obra ou material, me refiro ao fato de que a estrutura da edificação é influenciada pelo local de construção, seja por características do solo, ou até mesmo pela velocidade do vento que ocorre na região.

Outro exemplo, uma casa de 300 m² construída em um terreno com declive custará mais do que a mesma casa em um terreno plano, pois no primeiro caso tem-se custos com movimentação de terra, contenções ou muro de arrimo e drenagem, que na segunda situação não ocorre. Para um caso deste, pode-se chegar a gastar até R$ 120.000,00 apenas com a compra de terra para se definir o nível do terreno.

A construção demanda o serviço de vários profissionais distintos e uma grande variedade de fornecedores, onde uma alteração pontual em uma etapa da obra tem um efeito cascata em todas as fases posteriores, por isso a importância do projeto, para se definir o que e como será construído. Portanto, para se ter êxito na construção, deve se investir em projeto, em inteligência, em soluções de engenharia.

Gosto de comparar a construção com a compra de um carro, pois quando vamos a uma concessionária não pensamos em formas de economizar, nós escolhemos o produto que esteja em conformidade com o nosso orçamento, solicitamos os acessórios que nos trarão mais conforto e praticidade e buscamos alternativas para adquirir o bem, e é assim que se deveria entender a construção.

Na engenharia de custos, temos um famoso gráfico que representa a lei de Sitter, representado na figura 01, em que se compreende que uma solução definida na etapa de projeto representa um custo de R$ 5,00, uma solução definida durante a construção, representa um custo de R$ 25,00 e uma solução para um problema após a obra pronta tem um custo na proporção de R$ 125,00.

FIGURA 01: GRÁFICO LEI DE SITTER – LEI DE EVOLUÇÃO DOS CUSTOS 

Fonte: http://exemplo.eng.br/css/LEI,SITTER.pdf, visualizado em 19/09 às 13h06.

Portanto, conclui-se que a verdadeira economia em uma obra, está presente nas decisões que se tomam antes de se construir, na escolha do terreno, na contratação de bons profissionais e do máximo de informações preliminares que se possam obter, como por exemplo, levantamento topográfico planialtimétrico, sondagm SPT entre outros.

O que se busca é conscientiza o cliente e fornecedor, que a grande estratégia para se ter lucro no mercado imobiliário, é o investimento em inteligência para se desenvolver um produto com custo-benefício favorável e uma construtora que desempenhe muito bem a função de gerir e controlar os custos durante a obra com a melhor técnica para que custos imprevistos não sejam necessários após a entrega da obra.

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